Formação e composição dos solos, sua importância na natureza e no desenvolvimento agrário

Introdução

O solo é o sustentáculo da vida e todos os organismos terrestres dele dependem directa ou indirectamente. É um corpo natural que demora para nascer, não se reproduz e “morre” com facilidade. Para dar a necessária importância ao solo e protegê-lo, é fundamental conhecer a maneira como se forma e quais os elementos da natureza que participam na sua formação. O solo resulta da acção simultânea e integrada do clima e clima organismos que atuam sobre um material de origem (geralmente rocha), que ocupa determinada paisagem ou material de origem relevo, durante relevo certo período de tempo. Esses elementos (rocha, clima, organismo, relevo e tempo) são chamadas de factores factores de factores formação do solo.

 


 Formação e composição dos solos, sua importância na natureza e no desenvolvimento agrário

Solo

Os solos são corpos naturais formados pela desagregação das rochas, eles são variados e formados pela desintegração das partículas que compõem a rocha, o nome desse processo é intemperismo. Os solos são classificados de diversas formas, como quanto à textura e à presença de areia ou argila em sua composição, e esta é influenciada pelos elementos presentes neles. Os solos são a base para o desenvolvimento das plantas e animais, ou seja, são base da biodiversidade e também para as atividades econômicas, principalmente o setor primário — agricultura, pecuária e extrativismo.

Formação do solo

   Material de Origem O material de origem é a matéria-prima a partir da qual os solos se desenvolvem, podendo ser de natureza mineral (rochas ou sedimentos) ou orgânica (resíduos vegetais).

    Dependendo do tipo de material de origem, os solos podem ser arenosos, argilosos, férteis ou pobres. É importante salientar que uma mesma rocha poderá originar solos muito diferentes, dependendo da variação dos demais fatores de formação. Por exemplo, um granito, em região de clima seco e quente, origina solos rasos e pedregosos em virtude da reduzida quantidade de chuvas.

   Em qualquer clima, os arenitos geralmente originam solos de textura grosseira (arenosa), têm baixa fertilidade, armazenam pouca água e são muito propensos à erosão. Rochas como o basalto originam solos de textura argilosa e com altos teores de ferro, pois são ricas nesse elemento. Solos originados a partir de argilitos apresentarão textura argilosa, isto é, com predominância de argila.  Rochas com grandes quantidades de elementos nutrientes podem originar solos férteis, ao passo que solos derivados de rochas pobres serão inevitavelmente de baixa fertilidade. Solos derivados de arenito (rocha geralmente pobre em nutrientes) possuem baixa quantidade de nutrientes (cálcio, magnésio, potássio), comparativamente aos originados de basalto (rochas mais ricas em nutrientes).



Clima

 O clima exerce influência na formação dos solos principalmente através da precipitação e temperatura. Em ambientes extremos, como desertos frios ou quentes, a água está em estado sólido (gelo) ou ausente, o que dificulta ou mesmo impede a formação do solo. Para atuação de processos de intemperismo e de formação do solo há necessidade de existir água em estado líquido. Precipitações e temperaturas elevadas favorecem os processos de formação do solo.

Relevo

Dependendo do tipo de relevo (plano, inclinado ou abaciado) (Figura 3), a água da chuva pode entrar no solo (infiltração), escoar pela superfície (ocasionando erosão) ou se acumular (formando banhados).

Nos relevos planos, praticamente toda a água da chuva entra no solo, propiciando condições para formação de solos profundos. Em relevos inclinados, grande parte da água escorre pela superfície, favorecendo processos erosivos e dificultando a formação do solo, sendo tais áreas ocupadas, predominantemente, por solos rasos . As áreas com relevo abaciado, além das águas da chuva, também recebem aquelas provenientes das áreas inclinadas, tendendo a um acúmulo e favorecendo o aparecimento de banhados (várzeas), onde se formam os solos chamados de hidromórficos, ou seja, com excesso de água.

   Assim o solo é formado por meio de processos que fazem a desintegração de partículas, promovendo sua evolução e seu crescimento. Esses processos levam em conta a infiltração de água ou a descompactação de partículas por outros elementos físicos ou químicos, e, assim, o solo vai aumentando, crescendo, desenvolvendo-se, pois, quanto mais profundo é o solo, mais desenvolvido ele é. Para saber mais sobre esse processo.

 


Tipos de solo

Os tipos de solo variam de acordo com a localização, seu processo de formação e as condições do ambiente onde ele se formou. Alguns tipos mais comuns são:

ü  Solos arenosos: com muita presença de areia e pouca umidade, são comuns em regiões tropicais. Micro-organismos e plantas vivem com mais dificuldade neles devido à ausência de água.

ü  Solo arenoso presente em região semiárida.

ü  Solos argilosos: são menos arejados e mais compactados, portanto, são mais úmidos, pois a água fica retida por mais tempo neles devido à sua lenta infiltração.

ü  Solos siltosos: apresentam alta concentração de silte e são erosíveis, pois não se apresentam estáveis ou compactados. Suaspartículassãobastanteleves, pequenas e soltas.




Composição do solo

A composição do solo é variável de um tipo de solo para outro, pois os elementos químicos presentes na sua composição variam por meio de fatores como: umidade, Sol, vento, organismos vivos, clima e até a presença de biodiversidade. No entanto, encontra-se na composição dos solos, de modo geral, 45% de elementos minerais, 25% de ar, 25% de água e 5% de matéria orgânica.

  O solo é composto por três fases distintas: sólido, que compreende matéria orgânica e inorgânica; líquido, que é a solução do solo ou água do solo; e gasoso, que é o ar do solo. As matérias orgânica ou inorgânica compreendem partículas minerais do solo, originadas do intemperismo da rocha, ou seja, da sua desintegração.

Cada horizonte dos solos possui composições diferentes, observe:

·         Horizonte O – Camada com alta presença de matéria orgânica, água, animais e plantas.

·         Horizonte A – Mais escura por possuir matéria orgânica, água e sais minerais.

·         Horizonte B – Acumula sais minerais e materiais dos horizontes O e A, possui presença maior de ar.

·         Horizonte C – Constituído por fragmentos de rochas desintegradas do horizonte D; grande presença de ar.

·         Horizonte D ou R – Rocha matriz ou originária do solo.

 



líquido compreende a água infiltrada, escoada ou presente no lençol freático. Geralmente as plantas retiram do solo a quantidade de água necessária à sua sobrevivência. Nem toda água que chega ao solo fica disponível às plantas, pois ela pode continuar a infiltrar, abastecendo outros mananciais d’água. O gasoso é constituído pelo ar presente nos poros dos solos; à medida que há maior presença de argila no solo, menor é essa porosidade.

Importância do solo

O solo corresponde à camada superficial da crosta terrestre e é muito importante para o desenvolvimento de praticamente todas as actividades humanas. Ele é a base para todos os objectos técnicos oriundos das relações dos seres humanos com a natureza. Sua função não se resume à base da agricultura ou do plantio, pensando no aspecto do cultivo de culturas. O solo é aproveitado para diversas actividades económicas, como a exploração de recursos minerais e energéticos, pois é dele que retiramos minerais, rochas e minérios usados no dia a dia e que servem de matéria-prima para a actividade industrial, da construção civil e para a produção de objectos do nosso uso diário.

     O solo também é um importante armazenador de água, pois é por meio dele que ocorre o processo de infiltração e, consequentemente, o abastecimento dos lençóis freáticos, dos aquíferos e o surgimento de nascentes.

Por promover uma interação completa com a hidrografia, a atmosfera, as rochas e os minerais e até os organismos vivos, é um consenso que a qualidade de vida dos solos influencia diretamente na qualidade de vida de todos os fatores bióticos (vivos) e abióticos (não vivos) do planeta Terra.

A importância do solo para o futuro da agricultura

Já ninguém duvida que o solo é um dos principais elementos da agricultura e da produção de alimentos, senão o mais importante. O solo desempenha 2 funções básicas na agricultura:

É a infra-estrutura ecológica da maioria das plantas e de quase 100% das culturas agrícolas.

É através do solo que as plantas recebem de forma contínua os nutrientes e a água e é no solo que encontram o ambiente gasoso adequado ao desenvolvimento do seu sistema radicular.

A sustentabilidade do solo é crucial para o êxito da agricultura, sem um solo saudável será difícil produzir alimentos de qualidade e em quantidade. É por isso que precisamos de investir a longo prazo nos nossos solos.

A saúde do solo na agricultura

Solos com uma boa estrutura e com baixo nível de compactação permitem que o solo funcione de forma equilibrada.

Bons níveis de matéria orgânica no solam. Porque são importantes? Significam uma melhor reserva de nutrientes, incrementam a capacidade de troca catiónica, formam quelatos, fornecem energia à atividade dos microrganismos, aumentam a capacidade calorífera e reduzem as oscilações térmicas.

Um solo saudável tem grande influência no crescimento das raízes e, portanto, também na parte aérea da planta. Proporciona melhor alimento à cultura e é uma barreira natural contra impactos extremos de eventos ambientais como a temperatura, o excesso de chuva ou inclusive a escassez de água.

 



Mas o solo na agricultura tem um papel fundamental não só do ponto de vista agronómico, como também na perspetiva ambiental. Solos saudáveis podem ajudar a proteger a qualidade da água nos ecossistemas agrários, reduzindo o impacto de fatores como a escorrência e a lixiviação. Solos bem geridos podem ajudar a reduzir o risco de os produtos fitofarmacêuticos ou fertilizantes atingirem as águas superficiais ou profundas devido à erosão, à escorrência e, em geral, à deslocação de substâncias solúveis ou dispersíveis.

  Se tivesse que escolher, diria que a escorrência é o principal fator de degradação dos solos agrícolas nesta parte da Europa, e é aqui que devemos trabalhar mais intensamente enquanto setor. A boa notícia é que a erosão provocada pela escorrência pode ser reduzida até  75 % mediante a implementação de boas práticas na gestão dos solos.

 



Conclusão

   O solo desempenha 2 funções básicas na agricultura:É a infra-estrutura ecológica da maioria das plantas e de quase 100% das culturas agrícolas. É através do solo que as plantas recebem de forma contínua os nutrientes e a água e é no solo que encontram o ambiente gasoso adequado ao desenvolvimento do seu sistema radicular. Solo: é um corpo natural formado pela acção dos processos pedogenéticos que atuam com intensidade variável de acordo com os fatores de formação do solo. y intemperismo: conjunto de processos físicos, químicos e biológicos que atuam sobre as rochas, desintegrando-as e decompondo-as, propiciando a formação do perfil do solo. y fatores de formação do solo: material de origem, clima, relevo, organismos e tempo. y rochas: são os principais materiais de origem dos solos. dependendo do tipo de rocha, os solos podem ter mais ou menos areia e argila, e serem férteis ou pobres.

 



Referência

 LIMA, V.C. Fundamentos de pedologia. Fundamentos de pedologia Curitiba: Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Agrárias, Departamento de Solos e Engenharia Agrícola, 2001. 343p

Alessandra Gisele Fagundes Verch – Cientista Social. Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Ciência Política da UFRGS. E-mail: 00135235@ufrgs.br Aline Guterres Ferreira – Zootecnista. Mestre em Extensão Rural pela Universidade Federal de Santa Maria. E-mail: alinegufe@gmail.com

 Ana Raisa Nunes Paiva – Engenheira de Alimentos. Mestranda no Programa de Pós-Graduação do Centro de Estudos e Pesquisas em Agronegócios da UFRGS. E-mail: ana.paiva@ufrgs.br

Anajá Rodrigues Teixeira – Cientista Social. Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Rural da UFRGS. E-mail: anajateixeira@gmail.com AndréiaVigolo Lourenço – Oceanóloga. Mestre em Gerenciamento Costeiro pela Fundação Universidade Federal do Rio Grande. Doutoranda em Geografia pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia da UFRGS. E-mail: andreia.vigolo@gmail.com

 Carla Redin – Nutricionista. Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Rural da UFRGS. E-mail: carla.redin@ufrgs.br

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