O Filme: O Menino Que Descobriu o Vento” uma história de resiliência e superação

O Menino Que Descobriu o Vento


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O filme mostra a história de William KamKwamba, um garoto cujo maior sonho é poder estudar. Mas por conta de várias dificuldades que sua família vêm passando, os pais acabam por não poder pagar pelas mensalidades da escola.

E mesmo em meio a uma época de seca, onde milhares de pessoas desamparadas pelo governo morrem de fome, o garoto encontra forças e esperança de que nada está perdido. William e sua família passam por muita coisa no decorrer do filme. Além dos problemas ambientais sofridos por todo o país, William ainda tem que lidar com a partida repentina de sua irmã.

Existe algo fundamentalmente contraditório no costume de identificar casos excepcionais dentro da sociedade e utilizá-los como modelos que qualquer um poderia seguir. William Kamkwamba (Maxwell Simba) foi um garoto inteligentíssimo, autodidata, que descobriu um método de criar energia eólica no meio das terras secas do Malawi, de modo a garantir a irrigação das colheitas e a sobrevivência de uma população faminta. O diretor Chiwetel Ejiofor faz deste caso real um exemplo sobre a importância dos estudos, da ecologia, de políticas humanitárias e do senso de comunidade.


Em outras palavras, o garoto é instrumentalizado para caber dentro do formato narrativo e moral de uma fábula. Ele jamais representa a si mesmo, e sim algo muito maior: a importância das escolas, da união, da luta contra as opressões, do respeito ao próximo etc. Por esta razão, a história se transforma num grande tratado de valores morais que o diretor acredita serem necessários a todas as pessoas. “Nós temos que garantir que as pessoas saibam o que está acontecendo aqui”, afirma a certa altura Trywell Kamkwamba (Ejiofor), claro alter-ego do cineasta. O artista também acredita na necessidade da informação, tratando de explicar, aos olhos europeus e americanos, as consequências da miséria e da corrupção nos países africanos.


 


















The Boy Who Harnessed the Wind funciona igualmente como cautionary tale, ou seja, uma fábula de precaução para avisar ao espectador o que acontecerá caso não coloquemos em prática os valores enunciados acima. Os símbolos são claros: o céu preto indica a chegada da chuva, mas também a tragédia na vida da família; enquanto o sol é apresentado numa fusão com os olhos do garoto, afinal, ele representa a esperança para o futuro. Não por acaso, “Vá para a escola” é uma das últimas frases pronunciadas no filme, enquanto uma prece religiosa é interrompida pela garota que prefere acreditar nos conhecimentos científicos do irmão do que esperar pelo atendimento divino.

 

Isso não impede que o drama carregue o olhar salvacionista que tanto incomoda em produções sobre catástrofes africanas. Assim como Hotel Ruanda e Rainha de Katwe, temos uma narrativa que observa os personagens com carinho misturado a paternalismo. A descoberta do método de irrigação é mérito do garoto, mas os letreiros finais tratam de avisar que ele saiu do país e foi completar a sua educação nos Estados Unidos, como pareceria lógico ao pensamento europeu/americano. Mesmo assim, o resultado é uma produção polida, com fotografia bem adequada à iluminação das peles negras – elemento ainda em falta na maioria dos blockbusters -, bom trabalho de direção de arte e preparação muito satisfatória do elenco.

 

Ejiofor ainda encontra espaço para destacar o folclore, as diferentes línguas do país e os costumes típicos, enquanto retrata a si mesmo como a geração bondosa, porém tolhida pela dificuldade de acesso à informação. Este é claramente um filme político, ainda que a política seja compreendida menos como um conjunto de práticas sociais – a subtrama do governador corrupto fica em segundo plano – do que uma medida de esforço individual. Ainda se acredita que, mediante o esforço necessário, qualquer um possa se tornar um engenheiro promissor como o personagem principal. Ingênuo ou não, este raciocínio é apresentado com uma paixão e uma honestidade inegáveis: o diretor impregna cada cena de humanismo e empatia, além de ressaltar a importância das mulheres dentro das transformações sociais.


 

















The Boy Who Harnessed the Wind e tantas outras produções semelhantes podem ajudar a pensar sobre o cinema como veículo de ensinamento. A questão é menos óbvia do que parece: a arte tem como vocação ensinar as pessoas? Transmitir valores, ensinamentos? A arte pode ser um objeto utilitário? Ou sua função estaria no despertar de sentidos, sentimentos, capazes de facilitar/induzir o aprendizado? Ejiofor acredita numa transmissão direta, simples, com seu interlocutor: ele lhe diz, com clareza, o que está acontecendo no Malawi, o que faltaria ao país e como consegui-lo.

 

Em outras palavras, oferece o problema e a solução, como um professor generoso. Ao espectador não cabe fazer muito esforço: o filme o envolve, o faz rir e chorar, entregando as informações e a recompensa prometida. No entanto, manter o espectador em posição de passividade pode ser uma estratégia contraprodutiva quando se espera um aprendizado, algo que exige, por definição, uma postura ativa. É possível que o projeto, com suas belas imagens e boas intenções, funcione melhor como veículo de sensibilização do que de reflexão.

Mas de uma coisa ele nunca desistiu: da escola. Inclusive chegou a ir para as aulas escondido por que não queria parar de estudar. E depois de ser descoberto, seu pai o forçou a ajudá-lo no plantio da terra, e também disse que ir a escola era só uma porcaria. E nem assim, sem o apoio do pai, William desistiu de estudar. Na verdade, o garoto descobriu uma paixão pela ciência e viu ali uma forma de ajudar sua comunidade.

Com a cara e a coragem, sem apoio nenhum e reciclando coisas que ele achava no ferro-velho, William continuou insistindo numa solução para aquela situação. Ele jamais se conformou ou desistiu. E através da sua força de vontade e resiliência, o garoto conseguiu um grande feito: um moinho de vento capaz de bombear água que, por sua vez, ia direto para as plantações garantindo assim o sustento da família.

Você deve estar se perguntando: como a resiliência entra nessa história?

Mesmo diante de grandes dificuldades – a seca, falta de dinheiro, a crise familiar e tantos outros problemas que nos são apresentados durante o filme – William jamais desistiu de estudar. Em momento algum ele dá menos importância a escola. Muito pelo contrário, ele chega a confrontar o pai por conta disso. William viu nos estudos algo mais que livros e salas de aula, ele viu uma arma poderosa que poderia ser usada não para um ataque, mas como uma forma de resistência, de superação.

A história de William tem como objetivo não só nos sensibilizar, mas sim fazer com que tenhamos um posicionamento sobre várias questões. Também nos inspira a não desistir daquilo que queremos, por mais difícil que pareça. Então se você acha que não dá conta daquele curso de Medicina, Administração ou Física que tanto deseja, não desista!!

E para encerrar, deixamos uma frase que foi dita bem no final do filme pelo pai de William: “Onde quer que você esteja, vá para a escola.”

Filme visto no 69º Festival Internacional de Cinema de Berlim, em fevereiro de 2019.


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